Dia 0.
Então é isso. Estou beirando os 40 anos e durante uns 39 venho brigando com a balança, esse instrumento de tortura infernal inventado por alguma mente doentia.
Fiz dietas, todas. Li livros, todos. E tudo funciona, até que se atinja o peso ideal. Daí, a vaca vai pro brejo, mais gorda do que nunca. Cansei.
A idade é uma grande merda, mas o que ela traz de bom é a experiência e a sabedoria. A sabedoria me diz que eu gosto de comer, muito e tudo e isso não vai mudar e eu não quero que mude. Então, preciso aprender a comer o que gosto sem me exceder. E é possível? Claro que é, mulher de pouca fé!!!!! Já a experiência, ela me mostra que eu sou uma grande auto-sabotadora. Eu quero emagrecer, me sentir linda e poderosa, usar botas de cano alto, me sentir confortável em casaquinhos justos, me sentir bonita de biquini. Mas, ao mesmo tempo.... algo no fundo no fundo não quer. Começo uma dieta e lá vem disculpites. Ando cansada, preciso de mais carboidratos (ahã...). Tô triste, preciso de chocolate (claro...). E assim vai. Então, olha só o monstro que preciso domar. Tem até nome a desgraçada: Genoveva.
E os outros... ah os outros! Vivo no meio de homens. Homem, como é sabido, é coisa ótima e a gente ama, mas não tem noção nenhuma. Então se eu começo uma dieta e caio na burrada de contar pra eles, acontecem várias coisas, não necessariamente nessa ordem: viro alvo de piadas, vou ouvir um comentário cretino toda vez que levar meia torrada a boca, vão me excluir dos almoços legais e happy-hours, vão ficar me perguntando as calorias de tudo que existe no universo, vão ficar vigiando tudo o que como. Assim fica impossível controlar a Genoveva, gente!
Então, por isso, este é um diário secreto e anônimo. Aqui sou e sempre serei Madame Foiegras!
Bem vindos!
